
Prematuridade
Utilização da metabolômica para identificação e validação de biomarcadores para parto prematuro
José Guilherme Cecatti
Professor titular de obstetrícia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
Apresentação do Projeto

O que é?
Identificar biomarcadores, diferentes tipos de substâncias presentes no organismo das gestantes, para desenvolver um algoritmo capaz de prever os riscos de um parto prematuro com maior precisão, algo inédito no mundo.
Como foi o experimento?
Foram encontradas em maior quantidade as bactérias Citrobacter koseri, que podem causar meningites, e ou Klebsiella pneumoniae, ligada a infecções hospitalares. A equipe também identificou mudanças na interação entre as comunidades de bactéria. Ao longo da internação, uma série de fatores pode ter contribuído para estas mudanças: o ambiente da UTI neonatal, a alimentação e também intervenções médicas, como o uso de antibióticos. Os gêneros microbianos mais fortemente associados a sepse neonatal foram: Paenibacillus, Caulobacter, Dialister, Akkermansia, Phenylobacterium, Propionibacterium, Ruminococcus, Bradyrhizobium e Alloprevotella. A proporção média das espécies de Escherichia e Clostridium, capazes de causar infecção, foi sempre maior entre os bebês que receberam fórmula comercial do que naqueles com leite materno apenas.
Principais Resultados
A equipe encontrou metabólitos, biomarcadores e fatores clínicos totalmente diferentes de um país para o outro, indicando que as causas da prematuridade podem ser regionais e variar de acordo com fenótipos, características da população e tipo de exposição a poluentes ambientais e a outras interações com o meio. Segundo a equipe, as chances de se encontrar um único biomarcador universal e comum para identificar prematuridade são muito pequenas.
Por que é inovador?
Foi a primeira vez que um esforço internacional se propôs a identificar biomarcadores de risco prematuro com vistas a um teste diagnóstico e de uma detecção precoce do problema no Brasil e no mundo.
Qual é o problema que busca solucionar?
A ausência de um teste diagnóstico capaz de medir as chances de uma gestante ter um parto prematuro. Atualmente há apenas duas formas de se predizer o problema: um parto prematuro prévio ou quando o colo do útero está mais curto que o normal, com menos de 25 milímetros.
Implicações para o Sistema de Saúde Brasileiro
O estudo reforçou o importante papel da poluição ambiental como desencadeadora de partos prematuros e a necessidade de se conter a poluição do ar por veículos pesados e leves nas grandes cidades como medida de saúde pública não só para a população em geral, mas especialmente para as grávidas.
Próximos Passos
A equipe pretende agora identificar os biomarcadores e metabólitos específicos para risco de parto prematuro entre as mulheres brasileiras e as substâncias que podem desencadear outras complicações no parto como pré-eclâmpsia, restrição de crescimento fetal e diabetes gestacional.
Estudos Publicados
